segunda-feira, 26 de março de 2012

RESENHA

Educação presencial e Online: Sugestões de Interatividade na Cibercultura.

 
O autor traz neste artigo um tema que desafia a cultura educacional estabelecida, faz uma crítica ao ensino tradicional que fornece a informação unidirecionalmente baseado na relação professor (emissor) / aluno (receptor). Tanto na sala de aula quanto online, “o docente ainda trata os aprendizes como recipientes de informação e não como agentes de colaboração, de compartilhamento e de cocriação.” (p.1).
Mostra que a precariedade da educação na escola e na universidade não são resolvidas com a utilização de computadores conectados ao ciberespaço, mas necessitam de uma pedagogia baseada na troca dialética, construindo o conhecimento de forma cooperativa.
Para o autor essa pedagogia deve valorizar as interações e a interatividade (termo que foi banalizado pelo comércio, como “argumento de venda”), a aprendizagem seria um processo de construção do aluno, que organizaria os saberes devido a essas interações com outros. Segundo Silva, mesmo o educador que apoia o construtivismo, continua com essa pedagogia que só transmite, não desenvolveu uma “atitude comunicacional que favoreça e promova as interações e a aprendizagem” (p.4).
Apresenta definições de cibercultura e ciberespaço, cibercultura seria a forma sócio-cultural que acontece na associação entre sociedade, cultura e as novas tecnologias eletrônicas. E ciberespaço é o hipertexto, onde todos podem adicionar, modificar, retirar partes dessa estrutura, sendo um texto vivo.
Para Silva, o docente deve possibilitar ao discente interagir e não meramente assistir, possibilitando uma mudança de paradigma através da “imersão e participação-intervenção do indivíduo”.
Põe em evidência a interatividade, exemplificando com a arte do “parangolé”, do artista plástico Hélio Oiticica, que é uma manifestação dos fundamentos da interatividade. Nessa arte há um rompimento com a transmissão e o público tem participação ativa. Silva compara essa arte à atitude do professor, que deve disponibilizar um campo de possibilidades que possam ser acionadas pelos alunos. Então a interação propõe o conhecimento, não o transmite.
Mostra que para se efetivar essa interação, os professores precisam modificar seus métodos pedagógicos e atentar para “a postura comunicacional que propicia oportunidades de múltiplas experimentações e expressões, que disponibiliza uma montagem de conexões em rede que permite múltiplas ocorrências, que provoca situações de inquietação criadora, que arquiteta colaborativamente percursos hipertextuais e mobiliza a experiência do conhecimento.” (p.9).
Para o autor, o professor agindo assim pode suscitar uma mudança de qualidade e pragmática da aprendizagem no seu professorado, reinventando a sala de aula. Tudo isso, é indispensável para que educadores e educandos façam da cibercultura um auxílio para suas práticas, ocasionando uma redefinição do currículo e uma educação cidadã.

O autor explicitou bem o anseio por uma mudança nesse paradigma da transmissão, não dá para continuar como está, as tecnologias estão ao nosso redor possibilitando várias formas de relações dinâmicas e interativas. Não dá para o sistema educacional ficar parado no tempo, numa época aonde precisava se guardar tudo na memória para não se perder. Hoje se encontra uma informação desejada a qualquer hora e em qualquer lugar. Assim como nos mostra o artigo é preciso uma reconstrução de paradigmas e posturas diante da interatividade. Pois as tecnologias estão aí e o professor precisa refletir e repensar sua prática visando ajudar o aluno na construção do conhecimento, o guiando para saber analisar e refletir criticamente sobre o mundo. Mudando então o paradigma da transmissão, podendo assim incluir a cibercultura em sua prática. É algo desafiador, pois se abre um leque de possibilidades para intervenção do usuário, portanto o sistema educacional, precisa acordar para essa realidade que está ao nosso redor.


 
Referência Bibliográfica:
SILVA, Marco. Educação presencial e Online: Sugestões de Interatividade na Cibercultura. In:TRIVINHO, Eugênio.CAZELOTO, Edilson. A Cibercultura e seu espelho. Campo de conhecimento emergente e nova vivência humana na era da imersão interativa. São Paulo: ABCiber; Instituto Itaú Cultural, 2009.

Resenha feita por Maíra Saporetti 

segunda-feira, 19 de março de 2012

HOMEM X NATUREZA: RELAÇÃO HARMÔNICA OU DESARMÔNICA?

 
                                                                * Maíra Saporetti Carvalho
                                                                             *Julia Nascimento C. Casali
                                                                             * Tatiana Aparecida Oliveira
                                                   
O ser humano, desde tempos remotos utiliza-se da natureza para atender às suas necessidades básicas de sobrevivência. No início só retiravam o essencial, mas a partir do momento que observaram que podiam usufruir mais da natureza, começaram a se agrupar e explorá-la em benefício próprio.
A partir daí perceberam que podiam dominar uns aos outros, dando início à dominação no mundo. De várias maneiras: império, feudalismo, burguesia, etc. Todos se traduzem a poucos dominando e impondo hábitos e costumes a uma maioria que se submete por variados fatores, principalmente através da educação, que é a maneira mais eficaz de se introjetar valores e ideias.
Foi com a Revolução Industrial e o aumento da população mundial, que a destruição da natureza se intensificou devido à inserção de máquinas que ocasionou a produção em série e assim o consumismo, causando uma retirada exacerbada de matéria-prima da natureza, a destruição de grandes áreas de matas nativas para exploração de atividade agropecuária, assim como emitiram uma grande quantidade de resíduos no meio ambiente. A classe dominante, só queria ter mais e mais, não pensando que estavam destruindo seu próprio lar.
Só se começou a pensar em crise ambiental na segunda metade do século XX. Quando eclodiram no mundo várias manifestações, como a liberação feminina e a instituição de governos autoritários em resposta às exigências de organização democrática dos povos em busca de seus direitos.
Os primeiros sinais da conscientização foram observados a partir de referenciais que uniram propostas de sustentabilidade ambiental, social e de desenvolvimento. Pela primeira vez, viu-se a necessidade de regulamentar a produção industrial de modo a preservar o meio ambiente.
Mesmo sabendo que a exploração de forma inadequada, traz impactos ao mundo, não se tem tido muitas ações um prol disso. Foram criadas leis e também se
introduziu nos sistemas educacionais, disciplinas voltadas para a preservação do meio ambiente. No Brasil, temos os Parâmetros Curriculares Nacionais, que são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país. O objetivo dos PCN’s é garantir a todas as crianças e jovens brasileiros, o direito de usufruir do conjunto de conhecimentos reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. A proposta dos PCN’s tem por objetivo que a escola ofereça meios efetivos para que o aluno compreenda os fatos naturais e humanos a esse respeito, desenvolva suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos sociais que lhe permitam viver numa relação construtiva consigo mesmo e com seu ambiente, colaborando para que a sociedade seja ambientalmente sustentável e socialmente justa; preservando todas as manifestações de vida no planeta; e garantindo as condições para que ela prospere em toda sua força, abundância e diversidade.
Com base nisso, a escola precisa atentar para a sensibilização do indivíduo com o intuito de desenvolver uma consciência ambiental. É preciso que o educador esteja disposto a se capacitar para tal feito e também mudar a sua concepção de mundo, a escola deve estar aliada a comunidade e também a política. Para um planeta justo e igualitário, é preciso conviver e não dominar.
Segundo Tristão (2002:173-181) existem quatros desafios da educação ambiental, que estão interligados ao papel do educador contemporâneo. O primeiro é o de “enfrentar as multiplicidades de visões” e isto implica na preparação do educador para fazer as conexões e articular os processos cognitivos com os contextos da vida. O segundo desafio é o de “superar a visão de especialista”, o caminho é a ruptura com as práticas disciplinares. O terceiro é “superar a pedagogia das certezas”, para isso é necessária a formação de um “professor reflexivo” que compreende a modernidade e os “riscos produzidos” e seu potencial de reprodução, desenvolvendo no espaço pedagógico uma sensibilização em torno da complexidade da sociedade contemporânea. O último é de “superar a lógica da exclusão”, soma ao desafio da sustentabilidade a necessidade da superação das desigualdades sociais.
O desafio político da sustentabilidade, apoiado no poder de transformação das relações sociais, está vinculado ao fortalecimento da democracia e da construção da cidadania ambiental. Então, o papel dos educadores é essencial para impulsionar as transformações que assumem um compromisso com a formação de valores sustentáveis. A educação para a cidadania ambiental necessita de propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de atitude e comportamento, capacidade de avaliação e participação dos educandos, é preciso repensar as práticas sociais.
 Dessa forma, aprender a respeitar o outro, a se respeitar e respeitar tudo ao seu redor são a base para uma educação ambiental crítica e emancipatória, que é um desafio para os educadores, mas é um processo que é de extrema importância para um mundo mais justo e saudável, assim poderemos ter no futuro uma relação mais harmônica entre  homem e a natureza.

 
* Acadêmicas do 2° período do curso de Pedagogia da FACSUM- Faculdade de Sudeste Mineiro (Juiz de Fora) - Trabalho Integrado 2010/2 – orientadas pela professora Claúdia Otelina Costa

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

JACOBI, Pedro. Educar para a sustentabilidade :complexidade, reflexividade,  desafios .  Site: www.ufmt.br/gpea/pub/jacobi_art.rev.fe-2005.abril%202005.pdf

LAYRARGUES ,Philippe Pomier. Muito Prazer sou a Educação Ambiental, seu novo objeto de estudo sociológico. Site:www.anppas.org.br/.../Philippe%20Pomier%20Layrargues.pdf

Parâmetros Curriculares Nacionais- Meio Ambiente Site:http://www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/meioambiente.pdf

GUTIERREZ,Francisco e PRADO,Cruz. Ecopedagogia e Cidadania Planetária. São Paulo: Cortez,1999