terça-feira, 10 de abril de 2012

Henri Wallon

Teórico fenomenal que vê o indivíduo tanto racionalmente quanto emocionalmente. Vale a pena estudar sobre ele e perceber suas contribuições para um olhar mais realista e humano no contexto escolar.



Texto- ALMEIDA, Ana Rita Silva. Emoção: considerações sobre a teoria de Henri Wallon.



Tese principal de Henri Wallon

Para Wallon, a emoção é um instrumento de sobrevivência da espécie humana. As emoções são um conjunto das influências do meio externo e das disposições orgânicas do indivíduo (ligada ao sistema nervoso). São sistemas de atitude que correspondem cada uma a uma situação específica, que se traduzem no corpo tanto internamente (alterações viscerais ou vasculares) quanto externamente (atividades somáticas e autônomas). A criança nasce num contexto social predeterminado, inapta a agir sobre ele e a emoção possibilita interagir e se adaptar ao meio, isso mostra que ela tem necessidades e desejos. A afetividade se origina da atividade tônica postural, emoção e tônus têm uma relação, na qual o tônus serve de veículo de comunicação das emoções. Essa expressão tônica da criança é a ferramenta de sua sobrevivência, que consegue suscitar no outro, o que não consegue fazer só. A emoção precisa de espectador, essa sensibilização do outro que ela provoca é uma forma do bebê se comunicar, iniciando assim a construção do seu psiquismo.
Com essa concepção da emoção, Wallon acaba com a separação entre o biológico e o social e vê neles uma relação de reciprocidade, sempre associados e complementares ao indivíduo. É no convívio social que as emoções rudimentares vão se tornando mais socializadas, pela mediação do outro, da linguagem e da cultura. Estimulando o domínio do conhecimento, da inteligência e amadurecendo funções ainda em formação. E a emoção media essa interação através da contagiosidade, da plasticidade e da regressividade. Vê o choro e o riso como vias de expressão da emoção e percebe três emoções básicas que são: alegria, cólera e medo.Fala também que a emoção e a inteligência percorrem caminhos próprios, mas que sempre se cruzam sobrepondo-se um sobre o outro quando preciso. O ser humano necessita lidar com esses dois aspectos que são antagônicos e complementares, disso depende o desenvolvimento do sujeito. Assim o desafio do indivíduo é conseguir manter o equilíbrio entre razão e emoção. A emoção instiga a inteligência toda vez que a ameaça com sua insubordinada presença na atividade do conhecimento. A inteligência, por sua vez, necessita das tormentas da emoção para ser estimulada a se desenvolver. O extremismo de qualquer um dos dois pode provocar uma distorção na personalidade humana.

Resumo feito por Maíra Saporetti.

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