Teórico fenomenal que vê o indivíduo tanto racionalmente quanto emocionalmente. Vale a pena estudar sobre ele e perceber suas contribuições para um olhar mais realista e humano no contexto escolar.
Texto- ALMEIDA, Ana
Rita Silva. Emoção: considerações sobre a teoria de Henri Wallon.
Tese principal de Henri Wallon
Para
Wallon, a emoção é um instrumento de sobrevivência da espécie humana. As
emoções são um conjunto das influências do meio externo e das disposições
orgânicas do indivíduo (ligada ao sistema nervoso). São sistemas de atitude que
correspondem cada uma a uma situação específica, que se traduzem no corpo tanto
internamente (alterações viscerais ou vasculares) quanto externamente
(atividades somáticas e autônomas). A criança nasce num contexto social
predeterminado, inapta a agir sobre ele e a emoção possibilita interagir e se
adaptar ao meio, isso mostra que ela tem necessidades e desejos. A afetividade
se origina da atividade tônica postural, emoção e tônus têm uma relação, na
qual o tônus serve de veículo de comunicação das emoções. Essa expressão tônica
da criança é a ferramenta de sua sobrevivência, que consegue suscitar no outro,
o que não consegue fazer só. A emoção precisa de espectador, essa sensibilização
do outro que ela provoca é uma forma do bebê se comunicar, iniciando assim a
construção do seu psiquismo.
Com
essa concepção da emoção, Wallon acaba com a separação entre o biológico e o
social e vê neles uma relação de reciprocidade, sempre associados e
complementares ao indivíduo. É no convívio social que as emoções rudimentares
vão se tornando mais socializadas, pela mediação do outro, da linguagem e da
cultura. Estimulando o domínio do conhecimento, da inteligência e amadurecendo
funções ainda em formação. E a emoção media essa interação através da
contagiosidade, da plasticidade e da regressividade. Vê o choro e o riso como
vias de expressão da emoção e percebe três emoções básicas que são: alegria,
cólera e medo.Fala também que a emoção e a inteligência percorrem caminhos
próprios, mas que sempre se cruzam sobrepondo-se um sobre o outro quando
preciso. O ser humano necessita lidar com esses dois aspectos que são
antagônicos e complementares, disso depende o desenvolvimento do sujeito. Assim
o desafio do indivíduo é conseguir manter o equilíbrio entre razão e emoção. A
emoção instiga a inteligência toda vez que a ameaça com sua insubordinada
presença na atividade do conhecimento. A inteligência, por sua vez, necessita
das tormentas da emoção para ser estimulada a se desenvolver. O extremismo de
qualquer um dos dois pode provocar uma distorção na personalidade humana.
Resumo feito por Maíra Saporetti.
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