terça-feira, 16 de outubro de 2012

Livro: Projetos Pedagógicos na Educação Infantil Resumo pg.15 a 30- Era uma vez... Trajetos e Projetos





Constantemente em nossas vidas elaboramos e reelaboramos projetos, na maioria das vezes, se planeja antes de se fazer algo. Os projetos são utilizados em diversas áreas do conhecimento, pórem neste texto será enfocado o campo educacional.
Na passagem do século 19 para o 20, foi constituído um movimento educacional chamado Escola Nova, que levantou questões sobre os sistemas educacionais no mundo ocidental, problematizando a escolarização, as concepções de criança, de aprendizagem e de ensino.  Suas propostas teóricas e metodológicas tinham como objetivo a crítica e a construção de uma visão crítica da educação convencional. Os escolanovistas como Decroly, Montessori e Dewey se agruparam em torno de ideias reformistas. No Brasil, as ideias reformistas se reuniram no documento denominado Manifesto dos Pioneiros da Educação (1932), aonde procuraram criar formas de organização do ensino que tivessem características como a globalização dos conhecimentos, o atendimento aos interesses e as necessidades dos alunos, a sua participação no processo de aprendizagem, uma nova didática e a reestruturação da escola e da sala de aula. Nessas experiências, encontram-se estratégias para a organização do ensino, como os centros de interesses, os projetos e as unidades didáticas.
Decroly criou os centros de interesses, onde os conteúdos são organizados de maneira globalizada, as matérias de ensino são unificadas e todas as atividades escolares são estruturadas em torno de um único tema preestabelecido pelo educador a partir da pesquisa sobre aquilo que considera interesses dos seus alunos.
Dewey, um dos representantes da pedagogia de projetos, acreditava que o conhecimento só é obtido através da ação, da experiência, pois o pensamento seria o produto do encontro do individuo com o mundo. Essa proposta de trabalho possibilita aos alunos aprenderem, sobretudo ao partilharem diferentes experiências de trabalho em comunidade. A principal função da escola seria a de ajudar a criança a compreender o mundo. Para Dewey, preparar para a vida seria pôr a criança em condições de procurar meios de realização para seus próprios empreendimentos e de realizá-los verificando pela própria experiência o valor das concepções que esteja utilizando. Quatros passos eram considerados norteadores da construção de um projeto: decidir o propósito do projeto, realizar um plano de trabalho para sua resolução, executar o plano projetado e julgar o trabalho realizado.
No século XX houve tentativas de implementação dos projetos nas escolas americanas, mas não alcançou êxito devido ao programa escolar de concepção tradicional ter uma infinidade de conteúdos obrigatórios; definidos; uniformes; fragmentados e um controle sobre o tempo, sendo preciso estipular o período de duração dos projetos antes de sua execução. A fim de superar tais problemas, criou-se um jeito novo de organizar o ensino, as unidades didáticas, tão comuns na educação brasileira. Assim, a pedagogia de projetos foi esquecida e interpretada equivocadamente.
Atualmente, podemos ainda agregar como proposta de organização de ensino os temas geradores (Paulo Freire), aonde os conteúdos, as atividades dos educandos giram em torno de temas que relacionam-se com a realidade socioeconômica e cultural em que se insere o aluno. Hoje em dia, os projetos ganham uma nova roupagem, na qual estejam incluídas também o contexto sócio-histórico.
Porque voltar a falar em projetos?
Os motivos que fizeram essa forma de organizar o ensino voltar ao contexto educacional são:
·                    Devido às ideias pedagógicas do inicio do sec.XX terem sido silenciadas, o uso descontextualizado de técnicas perdurou, assim a escola do sec.20, continuou utilizando um ensino que foi pensado no século 19.
·                    Grande parte da população ter tido acesso a escolaridade, pórem não ter sido sinônimo de aprendizagem.
·                    A dinâmica da vida das sociedades atuais pressupõe outro modo de educar as novas gerações e que as novas características da infância e da juventude não têm sido consideradas nos modos de pensar e de realizar a educação escolar.
Diante disso tudo é preciso uma modificação da estruturação e organização da vida escolar, ressignificando as aprendizagens e as vivências dos alunos. E a pedagogia de projetos pode ter papel significativo para que essa mudança ocorra.
A sociedade contemporânea aponta para a passagem de um paradigma disciplinar para um interdisciplinar ou transdiciplinar. Assim, trabalhar na escola um currículo apenas disciplinar, é seguir na contramão do mundo atual (da construção do conhecimento científico). Outra conquista importante é em relação a verdade, hoje dificilmente convive-se com a verdade única, com as certezas prévias, mas sim com as incertezas e as diferentes interpretações. Conhecer é estabelecer um diálogo com a incerteza. As escolas devem ser espaços privilegiados para a aquisição e a problematização do conhecimento.
Os processos de aprendizagem humana vêm sendo estudados pela psicologia da aprendizagem, as primeiras interpretações vinham da biologia, numa visão maturacional, ou seja, a herança genética era o fator essencial para a aprendizagem e as novas aquisições de comportamento e de cognição viriam das mudanças na maturação. No século XX, predominou um modelo ambiental da aprendizagem, baseado no modelo skinneriano aonde, por mais que a biologia contribuísse no desenvolvimento, era da adaptação ao ambiente que emergiriam os novos procedimentos. No fim do século 19, tanto o pragmatismo quanto as ideias construtivistas vão dar ênfase à ação, isto é, as relações entre os sujeitos e o ambiente. no socioconstrutivismo, há uma superação da polarização entre o inato e o ambiental, portanto o conhecimento é construído socialmente, nas interações entre os sujeitos e o ambiente físico e social onde se encontram. No paradigma construtivista afirmam que o desenvolvimento ocorre pela ação dos indivíduos sobre o ambiente, aonde a biologia e a experiência desempenham papéis iguais e recíprocos no desenvolvimento humano. As habilidades de desenvolvimento das crianças são vistas como ligadas ao conteúdo e à estrutura das atividades de que elas participam juntamente com os adultos dentro de uma cultura e a aprendizagem só acontece quando se vive em um contexto organizado para o seu surgimento. Essa visão proporciona a passagem de uma perspectiva da aprendizagem individual e racional para uma perspectiva social e multidimensional. Portanto, para provocar aprendizagens, é preciso fazer conexões e relações entre sentimentos, ideias, palavras, gestos e ações. Segundo Rinaldi, a aprendizagem é um processo de construção da razão, dos porquês, dos significados, do sentido das coisas, dos outros, da natureza, de realização, da realidade, da vida. È um processo de auto e socioconstrução, um ato de verdadeira e própria co-construção.
O cérebro humano é um sistema aberto e fortemente plástico, e cada vez está afirmada a ideia que a inteligência é o processo de estabelecer inter-relações entre as estruturas cerebrais. A inteligência vai sendo formada à medida que o sujeito se vê frente a situações desafiadoras (reais ou abstratas) que acontecem cotidianamente nas relações com o meio.
Gregory, afirma que podemos encontrar dois tipos de inteligência: a do conhecimento armazenado (potencial) e a do processo e da resolução de problemas (cinética). A escola sempre trabalhou apenas com o desenvolvimento da inteligência potencial, que está ligada à memória, o ensino focado na capacidade de receber passivamente informações, processar e produzir respostas. Pórem, também é preciso destacar a inteligência do processo, do movimento e da criação. Ao longo do século 20, acrescentou-se a capacidade de projetar. A formação humana tem compromisso com o desenvolvimento de ambas as inteligências.
O mundo atual globalizado está organizado em rede, constituindo-se em um sistema aberto, aonde os atores precisam se apropriar de seus códigos e linguagens simbólicas, a escola precisa participar disso. Deve sair da função de transmissora de conhecimentos a serem acumulados para assumir a capacidade de atuar e organizar os conhecimentos em função das questões que se levantem. As mudanças ocorridas nos últimos 50 anos, saem da concepção segundo a qual as crianças eram vistas como seres em faltas, incompletos, para uma concepção das crianças como protagonistas do seu desenvolvimento, realizado por meio de uma interlocução ativa com seus pares, com os adultos e o ambiente que as rodeiam. Quando se propicia na educação infantil a aprendizagem de diferentes linguagens, possibilita-se às crianças colocar em ação conjunta e multifacetada esquemas cognitivos, afetivos, sociais, estéticos e motores.
Uma pedagogia diferenciada começa a ganhar espaço a partir de 1960, que valoriza as diferenças no modo como são selecionados os conhecimentos, as experiências socioculturais, as diferenças subjetivas das crianças e suas histórias de vida. E uma das formas de contemplar essas questões é a pedagogia de projetos. Há varias linhas de trabalho sobre projetos com princípios políticos e pedagógicos diferenciados, portanto não há uma única forma de trabalharmos com projetos, vai depender do grupo com qual se irá trabalhar para se utilizar um projeto, desde que não sejam feridos os princípios básicos, pode ser adaptado e transformado. Compreender etimológica e pedagogicamente o que é projetar torna-se fundamental para se construir caminhos nessa trajetória.

 Resumo feito por Maíra Saporetti Carvalho

sábado, 6 de outubro de 2012

O corpo em movimento e a organização de tempos e espaços na escola


A música, a dança e o teatro, assim como as brincadeiras, revelam possibilidades muito maiores do que disciplinar corpos. Diante disso, é importante refletir sobre os tempos e espaços das escolas. Assim podemos organizar o tempo e o espaço para possibilitar experiências e conhecimentos ou rotinizar formas de controle da ação das crianças. Pensar no corpo e no movimento é, também, estarmos atentos a um processo de formação humana em que possamos nos expressar de forma autônoma, consciente e criativa.
A criança é o corpo em movimento na expressão de ideias, afetos, sensações e pensamentos. Para favorecer o movimento, os espaços devem ser organizados de forma a contemplar as necessidades do grupo, onde há espaço, há movimento. O movimento é sempre livre, o significado e o sentido que damos a ele é que o relaciona com uma razão, uma história, um desejo, um encontro, um universo social e individual. O professor deve propor um encontro com o corpo sempre.
O tempo possui uma dimensão particular e outra coletiva, há o tempo do relógio, o cronometrado, estipulado pela instituição e também o tempo das crianças. Quando centramos no tempo pré-estabelecido, desconsideramos a necessidade de cada corpo, que produzem consequências no desenvolvimento da criança, pois elas podem se desconectar dos seus corpos, ou seja, dos seus sentidos e desejos.
Precisamos saber diferenciar os momentos de valorizarmos o ritmo interno e o ritmo social. É preciso dar tempos e espaços para as necessidades e os movimentos das crianças, entendendo que ora temos de priorizar os momentos coletivos e ora respeitar as diferenças individuais. Os tempos e espaços são referenciais importantes para a construção de um ser humano consciente de suas atitudes e implicado com o coletivo.
Um espaço que favorece o livre movimento das crianças é naturalmente alterado no dia-a-dia. Com práticas que considerem as necessidades do corpo, os espaços deixam de ser imóveis, parados, únicos, para se transformarem  em um recurso potente que auxilia no processo de aprendizagem das crianças. Otimizar o espaço e o tempo é uma forma de construir um ambiente facilitador de diversos saberes.
Assim, um espaço acolhedor recebe as crianças possibilitando sua interação, exploração e aprendizagem. Quando o espaço e o tempo estão em harmonia, passamos a ter um ambiente. É, portanto, imprescindível, um ambiente para que seja possível um trabalho significativo com as várias linguagens que a criança possui para se relacionar consigo mesma e com o mundo.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

LOPES, Karina Rizek. MENDES, Roseana Pereira. FARIA, Vitória Líbia Barreto de. (orgs.) Coleção Proinfantil- Módulo IV. Brasília, 2006- MEC/ Sistema de Educação Básica/Sistema de Educação a Distância.
Faria, V, SALLES, F. Currículo na Educação Infantil: diálogo com os demais elementos da Proposta Pedagógica.São Paulo: Editora Scipione, 2009.

Resumo feito por Maíra Saporetti.

domingo, 16 de setembro de 2012

Pedagogia Quântica



 Jorge Schemes

A física quântica surgiu no século XX como uma ciência que estuda o movimento dos átomos e das partículas subatômicas. Ela revolucionou o entendimento da realidade e superou, em certo sentido, as explicações da física de Newton. Segundo a física clássica, o mundo é visto com certezas avaliativas de objetos, fornecendo fórmulas e instrumentos para calcular peso, distância, força, impacto, velocidade, etc. Porém, as mesmas leis e fórmulas não se aplicam na física quântica. No lugar do determinismo da física clássica, a física quântica apresenta o princípio da incerteza, ou seja, que no microcosmo do mundo quântico as partículas subatômicas se comportam de maneira imprevisível. As partículas microscópicas do átomo são vistas como ondas de possibilidades, pois podem estar ali, aqui e acolá. Por exemplo, o elétron, que é uma partícula subatômica, comporta-se como uma partícula, mas também se comporta como onda, pois não pára quieto e pode estar em vários lugares ao mesmo tempo. Os elétrons são ondas que se propagam pelo espaço, mas também são partículas, ou seja, objetos microscópicos. Essa dupla característica é denominada pelos físicos modernos de "dualidade onda-partícula". E um aspecto não funciona sem o outro, pois é um conjunto aparentemente contraditório. Todavia, ficou comprovado em laboratório, por meio de experimentos científicos, que ao serem observados com instrumentos tecnológicos, os elétrons sofrem uma interferência no seu movimento ou rumo. Quando um elétron é observado ele pára em um só ponto. Ou seja, o cientista é capaz de interferir no rumo do elétron e alterar a realidade do mundo microscópico da física quântica, embora não tenha controle sobre o lugar em que a partícula vai parar.
        Há outro fator que é impressionante na realidade quântica. Ficou comprovado pela ciência moderna que um elétron pode influenciar outro elétron quando sofre alguma interferência por meio da observação. E o mais fantástico é que isso pode ocorrer à distância. Os cientistas, por meio de tecnologias em laboratórios são capazes de estimular a "comunicação" e a interação dos átomos entre si. É possível fazer com que os átomos se comportem de forma interligada, por exemplo, ao mexer em um átomo o outro também se mexe. O mais surpreendente disso é o fato de que para ocorrer esse processo de interdependência a distância é irrelevante, ou seja, a interdependência independe da distância entre as partículas. É como se o espaço não existisse, pois se o cientista mexer com um átomo no Brasil pode fazer com que outro se movimente na China, ou mais distante ainda, em Saturno. Na década de trinta, Albert Einstein batizou esse fenômeno de "ação fantasmagórica a distância". Atualmente esse princípio quântico é conhecido como "entrelaçamento de partículas".
        Ao pensar na educação dentro destes conceitos quânticos, podemos fazer um paralelo e ao mesmo tempo uma aplicação destes princípios. Se, por meio da observação instrumental, o ser humano é capaz de influenciar a realidade do microcosmo das partículas subatômicas, também seria possível alterar nossa realidade por meio do pensamento positivo. Considerando que nosso corpo é composto de átomos, bem como toda realidade que nos cerca, e que o pensamento também é uma onda de energia.     

Diante desta premissa faz-se necessário que os educadores tenham uma atitude positiva e aprendam a desenvolver o pensamento positivo sobre si mesmos e o seu ofício. Se acreditamos que nossa mente é capaz de alterar nossa realidade, se acreditamos que a nossa realidade é o resultado de nossos pensamentos, sentimentos, palavras e ações, então não podemos continuar pensando coisas mesquinhas sobre o que somos e fazemos. Precisamos eliminar os sentimentos negativos que são alimentados por meio de nossos pensamentos e palavras, ou seja, coisas como baixa auto-estima, derrota, desânimo, ódio, inveja ou qualquer outro sentimento negativo precisam dar lugar a pensamentos e palavras de otimismo. Se desejamos receber coisas boas de nossos alunos em sala de aula, devemos pensar e falar destas coisas com eles. Assim como o elétron é influenciado em seu rumo quando observado e sofre uma parada, também podemos mudar o rumo de nossa atividade docente quando mudamos a nossa disposição mental e passamos a pensar predominantemente de maneira positiva. Penso que muitos problemas em sala de aula são causados pelos próprios professores devido a sua disposição mental negativa em relação a si mesmos, ao que fazem e a seus alunos. É comum, na hora do intervalo das atividades docentes, professores reclamarem de seus alunos e falarem mal de sua profissão. O pensamento, as palavras e o sentimento que predomina são de desânimo, tristeza, rancor e revolta. Eles já saem da sala dos professores com "pedras nas mãos" para se defender da indisciplina e das atitudes de violência de seus alunos. E o que acontece? Justamente o que não desejam, ou o que temem. Os alunos acabam refletindo o que seus professores pensam, sentem e falam a seu respeito. Esse princípio é chamado por alguns teóricos da física quântica de "lei da atração". Ou seja, atraímos para a nossa vida aquilo que dedicamos atenção, energia e concentração. Certamente você já ouviu dizer que amor gera amor, ódio gera ódio, medo gera medo, confiança gera confiança, respeito gera respeito, etc. Desta maneira, se desejamos despertar o melhor em nossos alunos devemos pensar, falar, sentir e desejar o melhor deles. Devemos acreditar que eles têm o melhor para nos oferecer e esperar com confiança que irão corresponder aos nossos pensamentos, palavras e sentimentos.O princípio quântico de entrelaçamento de partículas revela que há uma sincronicidade no universo, ou seja, não há coincidências, pois tudo está interligado. Sendo assim, não estamos separados do todo, mas somos parte do universo.
        Diante disto, o dualismo psicofísico de R. Descartes cai por terra, ou seja, sua tese de que somos apenas substância extensa (corpo) e substância pensante (mente) já não é mais suficiente para entender a nossa realidade. Porém, o que norteia a concepção de realidade do mundo capitalista e neoliberal é justamente a concepção cartesiana, de que o ser humano é como uma máquina programada e fragmentada, separado do todo. A idéia cartesiana do sujeito como ser pensante promove o individualismo egoísta. A propósito, esta concepção cientificista de ser humano influenciou fortemente os modelos pedagógicos por meio da psicologia experimental de B. Skinner com sua tese do behaviorismo. Todavia, pela física quântica percebemos a realidade de modo totalmente inverso, ou seja, não somos seres fragmentados, mas estamos todos interligados pelo mesmo princípio que rege o entrelaçamento de partículas. 
        O que quer que o ser humano faça, não está fazendo apenas a si mesmo. Não tecemos a rede da vida, somos apenas um nó desta rede. Se de fato, estamos todos interligados no universo, precisamos rever as nossas concepções de educação, de ser humano e de sociedade. Na perspectiva do princípio quântico do entrelaçamento de partículas, como educadores não podemos pensar no conhecimento de forma fragmentada ou separado do todo. A especialização é necessária, mas nada mais é do que saber cada vez mais acerca de cada vez menos. 
        Há urgência em desenvolver uma concepção integral da realidade e do ser humano. O conhecimento não pode ser visto como algo linear, mas sistêmico. Em sala de aula devemos pensar, falar, sentir e agir de forma interdisciplinar e transdisciplinar. Devemos perceber o entrelaçamento de nossa prática com as demais práticas. Chegou o momento de parar de fazer educação de forma fragmentada, separada e alienada da realidade de nossos colegas de trabalho e de nossos alunos. Mas como é possível mudar nossa prática? Devemos primeiro mudar os nossos pensamentos, palavras e sentimentos. Platão já nos disse que este não é um processo fácil. Sair da caverna é sentir o desconforto de questionar as nossas certezas. Embora a física quântica nos ajude a entender a realidade sob outro prisma, o que irá determinar de fato a mudança será o pensamento positivo, o qual se manifestará em nossas palavras e sentimentos e criará, por meio da lei da atração, a realidade que desejamos.

Fonte: http://diariodeprofessor.blogspot.com/2007/08/pedagogia-quntica_02.html

sábado, 1 de setembro de 2012

Música, dança, teatro: o gesto e os movimentos como linguagem


Fonte: http://viladasartesfortaleza.blogspot.com.br/2011_08_01_archive.html

 

                                         Maíra Saporetti Carvalho


Sabemos como é grande a diversidade cultural que se expressa em danças, músicas, brincadeiras, jogos, teatro, etc., ou seja, nas mais diferentes formas de existência e expressão do corpo e da memória.
É com o corpo que a criança estabelece contato com o mundo ao seu redor, buscando contato e comunicação de diferentes formas e com palavras, toques e olhares. Esses contatos produzem marcas e experiências que s e tornam parte da história do indivíduo. A fala é um tipo de expressão do corpo, que possui uma forte função social, porém, é preciso cuidado para que, ao valorizá-la, não percamos de vista as outras linguagens corporais e sonoras, que são recursos expressivos que comunicam produzindo significados e contatos. Muitas vezes, as palavras não dão conta de expressar a intensidade dos nossos sentidos e afetos e são enriquecidas pela expressão facial e corporal.
A criança brinca com o corpo e com o meio, é uma linguagem própria. Em cada linguagem corporal gerada na brincadeira, há um mundo de sentidos a serem interpretados e toda brincadeira tem seu som, seu ritmo, seus movimentos, seus gestos.
Quando brinca, a criança expande o movimento, o corpo e as linguagens, tocando no que há por dentro e por fora de si. No meio de tantas brincadeiras, temos a música, a dança e o teatro. A música é uma linguagem universal. O som produz sensações que reproduzem lembranças, imagens e nos envolvem. Provocar situações em que o corpo possa ser capturado por diferentes ritmos é muito importante. A dança acompanha a música como forma de expressão. A dramatização também é outro campo em que o corpo é essencial. O compromisso é com o envolvimento de cada imaginário, materializado no corpo. É no campo expressivo, que conjuga real e imaginário.
Portanto, a música, a dança, o teatro e outras manifestações culturais constituem ricas formas de experimentação do mundo, de compartilhamento corporal de conhecimentos, memórias, valores, conceitos e preconceitos. Ao experimentar e se apropriar do mundo, fazemos parte de sua história, nos tornamos sujeitos, podemos desconstruir discursos e construir novos até então inimagináveis.
Há milhares de possibilidades de se trabalhar com essas linguagens, o nosso desafio é trazer os diferentes ritmos e estilos musicais para o cotidiano das crianças.


Referência Bibliográfica:

 
LOPES, Karina Rizek. MENDES, Roseana Pereira. FARIA, Vitória Líbia Barreto de. (orgs.) Coleção Proinfantil- Módulo IV. Brasília, 2006- MEC/ Sistema de Educação Básica/Sistema de Educação a Distância.