Maíra Saporetti Carvalho
O
corpo apresenta uma linguagem, porque através dele, nas mais diversas
manifestações, expressamos significados. O corpo fala manifestando emoções, ideias
e sentimentos. As nossas emoções determinam campos de ação e formas de
comunicação. O corpo pode ser uma expressão de afeto. Pois o corpo adulto e o
corpo da criança afetam um ao outro. Sendo assim o corpo e o movimento
proporcionam ao indivíduo se expressar, interagir e assim produzir
conhecimento.
A
escola sendo o lugar e tempo de compartilhar experiências e produzir da
cultura. Ela tem o dever de garantir a criança a apropriação dos conhecimentos
e saberes de sua cultura produzidos historicamente, possibilitando-a sua
compreensão e produção. A Educação Infantil deve ser pensada como uma Política
de Direitos capaz de problematizar as condições de inserção cultural e apontar
perspectivas de ampliação das experiências culturais das crianças. Deve estar
relacionada à pluralidade de conhecimentos culturais, entendidos como
patrimônio humano e coletivo, em que se revela uma riqueza de experiências e
saberes, como tempo e espaço de circulação de cultura. É preciso compreender a
música, a dança e o teatro como linguagens com processos de significação e
compartilhamento de experiências culturais e sociais. Ao reconhecê-las como
construções sociais, devem ser incluídas de modo intencional no cotidiano da
escola. Como práticas culturais envolvem relações de gênero, raciais, etárias,
diferenças corporais, nossa sexualidade, nossos preconceitos, nossas
dificuldades, etc. Tudo isso atravessa o campo educativo e reclama envolvimento
e intervenções lúdicas e intencionais que anunciem novas maneiras de agir, de
cuidar do outro e de experimentar o mundo.
O
corpo e o movimento, quando entram na escola, na maioria das vezes, tende a ser
tratado como algo secundário, menos importante e, no máximo, como suporte para
aprendizagens consideradas mais importantes. Ao incluir a reflexão sobre o
corpo e movimento na educação das crianças de 0 a 6 anos, propõe-se uma
experiência humana mais sensível e afetiva, aproximando-nos da infância como
tempo de descobertas, de invenção, de conhecimentos, de vivências das várias
formas de expressão e de linguagem contidas no “movimentar-se humano”.
O
trabalho pedagógico deve centrar-se nas relações sociais entre criança-criança,
criança-professor e criança- conhecimentos- professor. Sendo o corpo e o
movimento formas de contato e expressão, chamando a atenção para o universo
sensorial, afetivo, cognitivo, imaginário e expressivo.
Essas
linguagens precisam ser apropriadas pela escola em sua potencialidade para
expressão do corpo, dos movimentos e dos gestos das crianças e dos (as)
professores (as). E não somente como apresentação para os pais, ou forma de
adquirir determinados comportamentos por parte das crianças. Podem ser
utilizadas sendo mais do que mera apresentação, ampliando experiências das
crianças e contribuindo para o processo de organização e síntese do
conhecimento, proporcionar as crianças a
participação na produção, para que possam viver e expressar suas ações
participando de todo o processo. As crianças aprendem quando indagam e
expressam sua curiosidade. Só assim se reconhecerão nos processos de construção
do conhecimento e passarão a compreender a dança, a música e o teatro como
conhecimentos.
legal gostei muito
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