"Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.E então, pude relaxar.Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.Hoje sei que isso é...Autenticidade.Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.Hoje chamo isso de... Amadurecimento.Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.Hoje sei que o nome disso é... Respeito.Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.Hoje sei que se chama... Amor-próprio.Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é... Simplicidade.Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.Hoje descobri a... Humildade.Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.Tudo isso é... Saber viver!!!"Charles Chaplin
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Quando me amei de verdade...
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
Reflexões sobre a arte (Alfredo Bosi)
* A arte é um fazer
A arte tem representado, desde a Pré-História, uma atividade fundamental do ser humano. Ao produzir objetos e suscitar, estados psíquicos no receptor,mas ela não esgosta o seu sentido aí, também nos leva a sondar o ser da arte enquanto modo específico de os homens entrarem em relação com o universo e consigo mesmos.
Há três momentos decisivos no processo artístico que ppodem acontecer simultaneamente: o fazer, o conhecer e o exprimir.
É um conjunto de atos pelos quais se muda a forma, se transforma a matéria oferecida pela natureza e pela cultura. Nesse sentido, qualquer atividade humana, desde que conduzida regularmente a um fim, pode chamar-se artística. A arte é uma prodção; logo supõe trabalho.Movimento que arranca o ser do não ser, a forma do amorfo, o ato da potência, o cosmos do acos.
A palavra latina ars, matriz do português arte, está na raiz do verbo articular, que denota a ação de fazer união entre as partes de um todo. Porque eram operações estruturantes, podiam receber o mesmo nome de arte não só as atividades que visavam comover a alma (música, a poesia, o teatro), quanto os ofícios de artesanato (a cerâmica, a tecelagem, etc), que aliavam o útil ao belo. A distinção entre as primeiras e os últimos, que se impôs durante o Império Romano, tinha um claro sentido econômico-social. As artes liberales eram exercidas por homens livres; já os ofícis, artes serviles, relegavam-se a gente de condição humilde. Até hoje mantêm-se a milenar oposição entre o trabalho intelectual e o trabalho manual.
O pensamento moderno, recusa não raro, o critério hierárquico dessa classificação. O exercício intenso da criação demonstra, ao contrário, que existe uma atração fecunda entre a capacidade de formar e a perícia artesanal. Trabalha-se em conjunto a mão, o olho e o cérebro.
Gramsci adverte, no mais humilde dos trabalhadores manuais, há uma vida intelectual, às vezes atenta e aguda, do dobrando e plasmando a matéria em busca de novas formas, ainda que, no jogo social, não receba o grau de reconhecimento prestado ao artista.
Platão viu luminosamente a conexão que existe entre as práticas ou técnicas e a metamorfose da realidade:
"Sabes que o conceito de criação (poiesis) é muito amplo, já que seguramente tudo aqulo que é causa de que algo (seja o que for) passe do nãos er ao ser é criação, de sorte que todas as atividades que entram na esfera de todas as artes são criações; e os artesãos destas são criadores ou poetas ( poietés)" (Banquete, 205 B8)
Resumo feito por Maíra Saporetti Carvalho.
domingo, 29 de julho de 2012
UM POUCO SOBRE ...
Henri Wallon (1879-1962)
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/henri-wallon-conceito-sincretismo-643155.shtml?page=1
Filósofo, médico, psicólogo e político viveu em um
período histórico intenso marcado por 2 grandes guerras, diante desse quadro se
interessou no trabalho com crianças com anomalias motoras e mentais, que também
foi o tema de sua tese de doutorado. Criou um laboratório de ensino e pesquisa
em uma escola. Daí surge seu interesse no desenvolvimento infantil, tanto
escolar quanto social, num ponto de visto psicológico e também pratico. Em suas
investigações estudou a psicomotricidade, os mecanismos da memória e o
julgamento moral. Percebe depois que era importante estudar a criança em todas
as suas manifestações, pois só a observação poderia mostrar seus problemas e
esses problemas que possibilitam a observação delas, pesquisando as reações da
criança em seu entorno. Essa idéia
subsidia seu pensamento e suas principais obras. Não entendi “a lição
inaugural” de Wallon que fala sobre a psicologia e a educação. Em 1946 enviou
com outras personalidades um Projeto de Reforma do Ensino para a Assembléia Francesa,
mas o projeto não foi nem discutido. Essa reforma garantiria nas escolas o
direito dos jovens a um desenvolvimento completo, baseado na psicologia dos
jovens e o estudo de cada individualidade. O projeto organiza o ensino em
diferentes níveis e ciclos, que vão do maternal até a universidade, incluindo
também a formação de professores. Cada ciclo tinha as suas especificidades, mas
visavam um ensino comum a todos e concomitantemente um ensino especializado
para as diferentes aptidões e preferências. Assim o trabalho escolar deveria
visar à cultura geral e a especializada. Havia também os órgãos de controle e
aperfeiçoamento, sendo esse controle, pedagógico sobre os professores e
psicológico sobre os alunos, que permitisse uma orientação aos estudantes. Defendia
também a criação de um corpo de psicólogos escolares com qualificação
psicológica e pedagógica. Wallon
reconhece a importância de Freud, mas como perigosa as concepções dele que
mesclam o individual com o social, ao invés de os articular e de procurar
dentro do individual a explicação do social. Wallon ainda criou uma revista
(Enfance) sobre psicologia infantil, aonde tinha como objetivos à psicologia,
pedagogia, neuropsiquiatria e sociologia intrinsecamente e com referências à
educação. Mesmo com tantos feitos, Wallon ainda continua desconhecido. Teve uma
grande preocupação com um melhor conhecimento da criança, das condições de seu
desenvolvimento físico e psicológico e das exigências de sua educação e essa
ligação entre as abordagens, pode ter sido mal compreendida. O professor em sua
visão devia ter noção de suas responsabilidades e tomar partido dos problemas
de seu tempo. Mas não cegamente, mas à luz do que sua educação e sua instrução
lhe permita fazer.
Síntese feita por Maíra Saporetti Carvalho
terça-feira, 17 de julho de 2012
Narrativa e História em Quadrinhos
fonte:http://mqtmsempre.blogspot.com.br/2012/05/tirinhas-turma-da-monica.html
Narrativa
O que é?
Narrar: expor minuciosamente uma série de fatos reais ou imaginários. (Dicionário Aurélio, 2006)A narração é um texto dinâmico, que contém vários fatores de dependência que são extremamente importantes para a boa estruturação do texto. Narrar é contar um fato, e como todo fato ocorre em determinado tempo, em toda narração há sempre um começo um meio e um fim. São requisitos básicos para que a narração esteja completa.Enredo: trata-se da ação da narrativa, da sucessão de fatos, vivências, situações.
Partes do Enredo:
INTRODUÇÃO: Começo da história, que deve conter informações já citadas acima, como o tempo, o espaço, o enredo e as personagens.
DESENVOLVIMENTO: Nessa fase você vai relatar o fato propriamente dito, acrescentando somente os detalhes relevantes para a boa compreensão da narrativa. A montagem desses fatos deve levar a um mistério, que se desvendará no clímax.
CLÍMAX: é o momento chave da narrativa, de maior tensão, aonde o conflito chega ao seu ponto máximo.
DESFECHO: é a solução dos conflitos, conclusão da narração, onde tudo que ficou pendente durante o desenvolvimento do texto é explicado, e o “quebra-cabeça”, que deve ser a história, é montado.
§ TEMPO: O intervalo de tempo em que o(s) fato(s) ocorre(m). Pode ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo especificado durante o texto, ou um tempo psicológico, onde você sabe que existe um intervalo em que as ações ocorreram, que acontecem numa ordem determinada pelo desejo ou pela imaginação do narrador ou dos personagens.
§ ESPAÇO: O espaço é imprescindível, e deve ser esclarecido logo no início da narrativa, pois assim o leitor poderá localizar a ação e imaginá-la com maior facilidade.
§ PERSONAGENS: São os indivíduos que participaram do acontecimento e que estão sendo citados pelo narrador. Há sempre um núcleo principal da narrativa que gira em torno de um ou dois personagens, chamados de personagens centrais ou principais (protagonistas).
NARRADOR: É quem conta o fato. Pode ser em primeira pessoa, o qual por participar da história é chamado narrador-personagem, ou em terceira pessoa, o qual não participa dos fatos, e é denominado narrador-observador.
História em Quadrinhos
É um tipo de narração que tem como recurso fundamental a imagem, representa aspectos da oralidade e reúne os principais elementos narrativos, apresentados com o auxílio de convenções que formam o que pode ser chamado de linguagem dos quadrinhos.
Características:BALÕES- Criados especificamente para as histórias em quadrinhos (HQs), os balões possuem vários tipos, sendo os principais: de fala, de pensamento de ira,de berro, de sussurro,etc. Neles são escritos os pensamentos e as falas dos personagens. O desenho deles é bem variado, mas em geral os de fala possuem um "rabinho" em direção ao personagem falante.
ONOMATOPÉIAS- São palavras ou junções de palavras que imitam a voz de animais ou ruídos de objetos. Ex: BUUM!!! (explosão), CRI_CRI!! (grilo), TOC-TOC! (batendo à porta), TIC-TAC! (bater do relógio). Embora sejam outro elemento exclusivo da linguagem das HQs, as onomatopéias são passíveis de criação livre.
RECORDATÓRIOS- É um tipo de balão usado especificamente para a narração. Não possuem "rabinho" em direção a personagens. Exemplos: "Enquanto isso..." e "No dia seguinte...
QUADROS- Eles delimitam o enquadramento das cenas de uma HQ. Podem ser variáveis em tamanho e formato, de acordo com a necessidade da cena a ser desenhada.
INTERJEIÇÃO- Interjeição é a palavra invariável que exprime emoções, sensações, estados de espírito, ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que, para isso, seja necessário fazer uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Ex: Ai! Ai! Ai! Machuquei meu pé .
Narrativa e História em Quadrinhos
É um gênero textual interessante para se trabalhar a narrativa, pois a criança pode vivenciar e experienciar a existência de diferentes gêneros dentro de um mesmo tipo textual .
§ O quadrinho sendo uma narrativa com linguagem fixa, a constituição de uma história em quadrinhos implica na seleção de momentos-chave da história para utilização expressa na narrativa gráfica.
§ A História em Quadrinhos pode ser utilizada de forma interdisciplinar, proporcionando um enriquecimento em sua utilização.
§ Palavras e imagens juntas, ensinam de forma mais eficiente. Possibilitam um maior interesse do aluno, aguçando sua curiosidade, pensamento e imaginação. Podendo também desafiar o senso crítico do aluno (se lhe for proporcionado reflexões críticas).
§ As HQ auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura e ampliam o vocabulário do aluno
Para utilizar também o computador:
Hagaquê
É um software educativo de apoio à alfabetização e ao domínio da linguagem escrita. Trata-se de um editor de histórias em banda desenhada (BD) gratuito.
Referência Bibliográfica:OLIVEIRA , Bruno Silva de. Histórias em quadrinhos como recurso metodológico para o ensino de língua portuguesa1.
RAMOS, Paulo & VERGUEIRO, Waldomiro. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. – 3. ed., 3ª reimpressão – São Paulo: Contexto, 2009FERREIRA,Marina. Redação
: palavra e arte. 2
ed. SP. Ed. Atual,2006
Brasil. Secretaria de
Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: língua portuguesa –
Brasília: 1997.
terça-feira, 26 de junho de 2012
SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ORAL E A ESCRITA: APRESENTAÇÃO DE UM PROCEDIMENTO.
Referência
Bibliográfica: DOLZ, Joaquim; NOVERRAZ, Michele;
SCHNEUWLY, Bernard. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação
de um procedimento. In: DOLZ, Joaquim; SCHNEUWLY, Bernard e colaboradores. Gêneros
orais e escritos na escola. Trad. E Org. de Roxane Rojo e Glaís Sales
Cordeiro. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2004.
INTRODUÇÃO
Para
que se possa ensinar a oralidade e a escrita, é preciso partir de um
encaminhamento, ao mesmo tempo, semelhante e diferenciado; propor uma concepção
que englobe o conjunto da escolaridade obrigatória; centrar-se, de fato, nas
dimensões textuais da expressão oral e da escrita; oferecer um material rico em
textos de referência, escritos ou orais, nos quais os alunos possam inspirar-se
para suas produções; ser modular, para permitir uma diferenciação do ensino e
favorecer a elaboração de projetos de classe. Fundamentando-se nessas
exigências pode-se afirmar que é possível ensinar a escrita e a oralidade em
situações públicas escolares e extra-escolares, além disso, criar contextos de produções
precisos, efetuar atividades ou exercícios diversos e variados permitirá aos
alunos apropriarem-se das noções, das técnicas e dos instrumentos que são
necessários para o desenvolvimento de suas capacidades de expressão oral e
escrita em diversas situações de comunicação.
O
procedimento “sequência didática”
Um
conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno
de um gênero textual oral ou escrito é denominado sequência didática. Produzimos textos escritos ou orais
diferentes uns dos outros, pois, os adaptamos ao tipo de comunicação visado.
Apesar disso, há situações em que escrevemos textos com características parecidas,
esses textos são enquadrados em um mesmo gênero
de texto ou gênero textual e cada
gênero tem uma especificidade comunicativa, daí a importância da criança
conhecer e aprender a utilizá-los. Uma sequência didática tem o objetivo de
ajudar o aluno a dominar melhor um gênero de texto dando-lhe acesso a práticas
de linguagens novas ou dificilmente domináveis.
ESTRUTURA
BÁSICA DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Apresentação da situação: descrição detalhada da tarefa
de expressão oral ou escrita que os alunos realizarão.
Produção inicial: elaboração de um primeiro texto
inicial (oral ou escrito) correspondente ao gênero trabalhado.
Módulos: atividades e/ou exercícios que
dão os instrumentos necessários para o domínio do gênero em questão.
Produção final: o aluno poderá colocar em
prática os conhecimentos adquiridos e, com o professor, medir os progressos
alcançados.
COMPONENTES
DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA
A
apresentação da situação
É
um projeto de comunicação e de apresentação da atividade de linguagem a ser
executada. O projeto proposto deve ser explícito para que os alunos compreendam
a situação de comunicação na qual devem atingir e o problema de comunicação que
devem resolver, produzindo um texto oral e escrito e para isso, devem ser
indicados: qual gênero será abordado; a quem a produção se dirige; a forma que
a produção assumirá e quem participará da produção. Na apresentação da situação,
é preciso que os conteúdos dos textos que serão produzidos sejam preparados e
que os alunos percebam a importância desses conteúdos e saibam com quais vão
trabalhar. Portanto, é importante fornecer aos alunos todas as informações
necessárias para que conheçam o projeto comunicativo visado e a aprendizagem de
linguagem a que está relacionado.
A
primeira produção
Neste momento, os alunos elaboram um
primeiro texto oral ou escrito, que revelará para si e para o professor as
representações que têm dessa atividade. Se a situação de comunicação é bem
definida durante a apresentação da situação, todos os alunos conseguirão
produzir um texto de acordo com a situação, mesmo que não respeitem todas as
características do gênero visado. Assim é possível definir o ponto em que o
professor pode intervir melhor e o caminho que o aluno tem ainda a percorrer:
essa é a essência da avaliação formativa.
A
produção inicial serve como reguladora da sequência didática, tanto para os
alunos quanto para o professor.
Para
os alunos, esclarece sobre o gênero abordado, lhes permite descobrir o que já
sabem fazer e perceber os problemas que eles encontram na produção. Para o
professor, é um momento privilegiado de observação, que permitem refinar a
sequência, modulá-la e adaptá-la de maneira mais precisa às capacidades reais
dos alunos.
Os
módulos
Trata-se
de trabalhar os problemas que aparecem na primeira produção e de dar aos alunos
instrumentos necessários para superá-los. Nos módulos, os elementos do gênero,
são abordados separadamente um a um, a fim de desenvolver habilidades e
conhecimentos relativos ao gênero. Neste
trabalho, é fundamental pensar: Que dificuldades da expressão oral ou escrita
abordar? Como construir um módulo para trabalhar um problema particular? Como
capitalizar o que é adquirido nos módulos? Produzir textos orais ou escritos é
um processo complexo, com vários níveis, aonde o aluno se deparará com
problemas específicos de cada gênero e deve se tornar capaz de resolvê-los. O
aluno deve aprender a fazer uma imagem do destinatário do texto, da finalidade
visada, de sua própria posição como autor ou locutor e do gênero visado. Conhecer
as técnicas de buscar, elaborar ou criar conteúdos, planejar o texto e escolher
os meios de linguagem mais eficazes para escrever seu texto.
O
princípio essencial da elaboração de um módulo é o de variar os modos de
trabalho, proporcionando aos alunos, uma diversidade de atividades e
exercícios, possibilitando-os o aprendizado, por diferentes vias. São
necessárias atividades de observação e de análise de textos, tarefas
simplificadas de produção de textos (impõem ao aluno limites, permitindo
descartar certos problemas de linguagem) e a elaboração de uma linguagem comum.
Realizando os módulos, os alunos aprendem a falar sobre o gênero abordado. Adquirem
um vocabulário, uma linguagem técnica, constroem progressivamente conhecimentos
sobre o gênero. Esse vocabulário técnico vai sendo registrado numa lista ao
longo da sequência e cada sequência é finalizada com um registro dos
conhecimentos adquiridos sobre o gênero durante o trabalho nos módulos, na
forma sintética de lista de constatações ou de lembrete ou glossário.
A produção final
A
sequência é finalizada com uma produção final que dá ao aluno a possibilidade
de pôr em prática as noções e os instrumentos elaborados separadamente nos
módulos. Permite também ao professor realizar uma avaliação somativa. O
importante é o aluno encontrar os elementos trabalhados em aula e que devem ser
vistos como critérios de avaliação. Regular e controlar seu próprio
comportamento de produtor de textos e seu processo de aprendizagem e assim,
avaliar os progressos realizados durante o trabalho.
Os
princípios teóricos subjacentes ao procedimento “seqüência didática”
-
Escolhas pedagógicas: insere-se num projeto
que motiva os alunos a escrever ou tomar a palavra; maximiza, pela
diversificação das atividades e dos exercícios, as chances de cada aluno se
apropriar dos instrumentos e noções propostos.
-
Escolhas psicológicas: a atividade de
produção de textos escritos ou orais é trabalhada em toda sua complexidade,
incluindo a representação da situação de comunicação, o trabalho sobre os conteúdos
e a estruturação dos textos; o procedimento visa transformar o modo de falar e
de escrever dos alunos, no sentido de uma consciência mais ampla de seu
comportamento de linguagem em todos os níveis; diferentes instrumentos de
linguagem propostas aos alunos.
-
Escolhas linguísticas: A atividade de
linguagem produz textos e discursos. O procedimento utiliza instrumentos linguísticos
que permitem compreender essas unidades; toda língua se adapta às situações de
comunicação e funciona de maneira bastante diversificada.
As
finalidades gerais da sequência didática são: preparar os alunos para dominar
sua língua nas situações mais diversas da vida cotidiana, oferecendo-lhe
instrumentos precisos, imediatamente eficazes, para melhorar suas capacidades
de escrever e de falar; desenvolver no aluno uma relação consciente e
voluntária com seu comportamento de linguagem, favorecendo procedimentos de
avaliação formativa e de auto-regulação; construir nos alunos uma representação
da atividade de escrita e de fala em situações complexas, como produto de um
trabalho, de uma lenta elaboração. As sequências didáticas apresentam uma
grande variedade de atividades que devem ser selecionadas, adaptadas e
transformadas em função das necessidades dos alunos, dos momentos escolhidos
para o trabalho, da história didática do grupo e da complementaridade em
relação a outras situações de aprendizagem da expressão, propostas fora do
contexto das sequências didáticas.
A
adaptação das sequências às necessidades dos alunos exige, da parte do
professor: analisar as produções dos alunos em funções dos objetivos da
sequência e das características do gênero; escolher as atividades
indispensáveis para a realização da continuidade da sequência; prever e
elaborar, para os casos do insucesso, um trabalho mais profundo e intervenções
diferenciadas no que diz respeito às dimensões mais problemáticas.
As
diferenças do trabalho com a escrita e com o oral
Como
o gênero pode assumir na comunicação tanto a expressão oral como a escrita. É
importante salientar que existem diferenças entre as sequências destinadas ao
trabalho com gêneros orais ou escritas, devido a sua materialidade dos mesmos.
As diferenças mais importantes são: a possibilidade de revisão, a observação do
próprio comportamento e a observação de textos de referência.
Questões
de gramática, sintaxe e ortografia
Mesmo
a sequência didática tendo como objetivo aperfeiçoar práticas de escrita e da
produção oral, centradas em questões específicas, deve-se fazer uma articulação
entre o trabalho proposto nas sequências e outros domínios do ensino da língua,
apoiando-se para isso em certos conhecimentos linguísticos, construídos em
outros momentos. As recorrências de formas verbais ligadas a um gênero textual
podem criar a oportunidade de abordar à morfologia verbal de maneira paralela
ao trabalho com a sequência. Com relação à sintaxe, as dificuldades são mais
frequentes, vem muitas vezes resultante de interferências entre a sintaxe do
oral e da escrita. Na sequência é possível levantar esses problemas e “melhorar
as frases”, tendo em vista a reescrita do texto. O domínio da sintaxe não está
ligado a um gênero, deve-se desenvolver nos alunos capacidades de análise que
lhe permitam melhorar esses conhecimentos. É necessário tempo específico para o
estudo da gramática e as sequências se favorecerão com essa aprendizagem,
dando-as mais sentido.
Os problemas ortográficos também não tem
correlação com os gêneros. Os alunos precisam escrever com frequência para que consigam
desenvolver melhor suas capacidades ortográficas. Os erros encontrados nos
textos produzidos pelos alunos são uma fonte de informação para o professor,
servindo de base para o trabalho com a ortografia. É necessário atribuir
um devido lugar para a correção ortográfica, pois, muitas vezes, os professores
focam muito nessa questão e acabam não valorizando outras dimensões que entram
em jogo na produção textual. A correção ortográfica deve ser realizada no
percurso final do texto, após o aperfeiçoamento de outros níveis textuais.
Os agrupamentos de gêneros e
progressão através de séries/ciclos
Cada
gênero textual tem um objetivo de comunicação, por isso é essencial um ensino
adaptado para cada gênero de texto. No entanto, os gêneros podem ser agrupados
em função de certo número de regularidades linguísticas. Os agrupamentos de
gêneros tem que ter em vista o desenvolvimento da expressão oral e escrita.
O
agrupamento de gêneros revelou-se um meio eficaz para pensar a progressão através dos ciclos/séries. Um mesmo
gênero é trabalhado, em diferentes ciclos ou séries, com objetivos cada vez
mais complexos, em função das possibilidades de transferência que permitem.
A
definição da progressão precisa levar em conta, as pesquisas em psicologia sobre
o desenvolvimento das capacidades de linguagem e as pesquisas em didáticas que
consideram os limites da situação escolar e o currículo seguido pelos alunos. É
possível elaborar uma progressão em cada um dos cinco agrupamentos de gêneros,
levando-se em conta os objetivos da aprendizagem de gêneros e os domínios
necessários das situações de comunicação. Assim, é fundamental escolher um
plano de texto adaptado à situação de cada ciclo/série, garantindo que o
trabalho com os gêneros atinjam os objetivos requisitados e uma diversidade
textual a cada nível. Em cada nível, o aluno terá se exercitado na produção de
gênero, pertencente a diversos agrupamentos. A escolha dos gêneros tratados de
acordo com os ciclos ou séries justifica-se pela ideia de que aprendizagem não
é uma consequência do desenvolvimento, uma condição para ele quando à
intervenção do professor e as interações com outros alunos podem gerar
progresso. As diferentes sequências dão indicações quanto à adequação do gênero
ao início ou ao final de um dado ciclo.
Produzir
textos é um processo complexo, a aprendizagem de tal conhecimento é lenta e
longa. Para assegurar o domínio dos principais gêneros no final do ensino
fundamental, propõe-se uma iniciação precoce, com objetivos adaptados as primeiras
etapas. Cada gênero pode ser abordado em diferentes níveis de complexidades,
por exemplo, o conto que será trabalhado em diferentes etapas do ensino
fundamental, porem com objetivos graduados, tanto do ponto de vista da
organização e da construção de personagens típicas como das unidades
linguísticas que a caracterizam. A retomada de objetivos já trabalhados, após
certo espaço de tempo e numa nova perspectiva, parece indispensável para que a
aprendizagem seja assegurada.
Trabalho apresentado pelas graduandas em Pedagogia (UFJF): Maíra Saporetti , Jéssica Souza, Simone da Silva, Letícia Alves e Taiane Loures.
terça-feira, 24 de abril de 2012
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